Depois da troika e da pandemia, idade média dos automóveis ligeiros de passageiros passou de 10,5 para 13,5 anos. Regresso de incentivos ao abate e reforço dos elétricos podem rejuvenescer o mercado.
Os carros ligeiros de passageiros ficaram três anos mais velhos na última década. Estes são os efeitos nas estradas portuguesas dos três anos da troika por Portugal e da pandemia da Covid-19. O rejuvenescimento da frota depende do fim da crise dos semicondutores e do regresso dos incentivos ao abate, defendem as associações. Por outro lado, os portugueses poderão estar à espera de uma melhor oportunidade para troca de veículo.
Entre 2011 e 2021, a idade média dos carros ligeiros de passageiros passou de 10,5 para 13,5 anos, segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP). 2011 foi o primeiro ano sem o programa de incentivo de abate de veículos antigos, que proporcionava um desconto entre 1.000 e 1.250 euros na compra de um automóvel novo.
2011 também foi o ano em que a troika entrou em Portugal e o consumo travou fortemente: o mercado recuou 31,3%, de 223.464 para 153.486 unidades de ligeiros de passageiros. No ano seguinte, as vendas afundaram 37,9%, para 95.309 matrículas, número mais baixo desde a entrada na União Europeia.
Mostram estzs estatísticas que, na última década, 2018 acabou por ser o ano com mais vendas (228.327 unidades), o melhor registo desde 2002. Mesmo assim, a frota automóvel ficou sempre mais velha.
(...) O presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel, Rodrigo Ferreira da Silva, considera que o rejuvenescimento da frota está atrasado porque “há um estímulo informal à importação de carros usados” e uma “quantidade considerável de comerciantes informais a passarem por consumidores para fugirem ao pagamento do IVA e IRC”.
Entre os 5,41 milhões de carros ligeiros de passageiros matriculados em Portugal, mais de dois milhões (43,5%) contam com mais de 15 anos. Ou seja, pagam a tabela de imposto de circulação anterior a julho de 2007, que apenas incide sobre a cilindrada. “Os carros mais poluentes pagam menos imposto do que carros menos poluentes mais modernos”, lamenta o líder da ARAN.
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