Motor24/Dinheiro vivo: Portugal regista uma patente europeia por dia na área automóvel

Motor24/Dinheiro vivo: Portugal regista uma patente europeia por dia na área automóvel

Sabia que 95% dos automóveis fabricados na Europa incluem pelo menos um componente de fabrico nacional? Das caixas de velocidades, ao pequeno parafuso, são milhares as peças produzidas em Portugal com uma qualidade reconhecida e um preço competitivo.

 

Além disso, “é a única indústria que consegue registar o equivalente a uma patente por dia na Europa”, revela José Couto. Para o presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), esta capacidade de inovação e de apresentar soluções criativas e tecnológicas aos clientes explica a confiança de vários fabricantes de automóveis europeus, e mostra que tem capacidade de reforçar esta presença internacional. No entanto, admite, “é preciso dar resposta a algumas questões, nomeadamente, no reforço de infraestruturas e logística”.

(...) Assim, o setor automóvel emprega 150 mil pessoas e é aquele que gera mais receitas fiscais para o Estado, que arrecadou, em 2023, mais de nove mil milhões de euros.

 

Ameaças olhadas como oportunidade

A entrada recente de novos países na União Europeia, localizados mais a leste do Velho Continente, trouxe uma maior competitividade à indústria automóvel o que, como explica José Couto, “coloca Portugal entre os países tradicionais altamente competitivos e intensivos em tecnologia, e novos países que competem connosco e têm alguns argumentos desafiantes e que, em alguns casos, demonstram fragilidades da indústria portuguesa, nomeadamente, ao nível das infraestruturas”.

Apesar da crescente competitividade, o presidente da AFIA acredita que o país tem argumentos suficientemente fortes para manter a atratividade. Aquele responsável destaca, por exemplo, o elevado nível de qualificação dos profissionais do setor ou a capacidade de ligação com centros tecnológicos, universidades e centros de produção de serviços, a par com a digitalização do setor e o caminho que tem feito ao nível da sustentabilidade ambiental.

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Por outro lado, a aposta em nichos muito especializados poderá, na opinião de Rodrigo Ferreira da Silva, criar boas oportunidades de desenvolvimento à vertente industrial do setor automóvel. Na transformação de veículos – adaptação de veículos depois de fabricados -, sublinha o presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), “poderíamos estar a fazer o dobro porque temos know-how e capacidade”. A título de exemplo, o responsável da ARAN explica que este é um mercado que transforma diferentes tipos de veículos em ambulâncias, carros de bombeiros, camiões-gruas, autocarros em clínicas, entre outros, e que soma mais de duas centenas de empresas.

Mas, para desenvolver este mercado são precisos apoios, como defende Rodrigo Ferreira da Silva. Em primeiro lugar, diz, é preciso reduzir os custos da energia para garantir uma logística mais barata, mas também é fundamental desburocratizar. “Esta é uma atividade que exige muitas homologações e inspeções, pelo que necessitamos de um IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] mais envolvido e próximo do terreno”.

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Vendas: importados e elétricos a crescer

Do lado do comércio automóvel, o ano de 2024 não está a corresponder, para já, às expectativas. O primeiro semestre espelha um crescimento ligeiro, como revela Rodrigo Ferreira da Silva, muito por via da matrícula de viaturas encomendadas em 2023, mas entregues apenas no primeiro trimestre do ano, e também por algum crescimento motivado pelas compras realizadas por empresas de rent-a-car, por altura do período da Páscoa.

Contudo, explica o presidente da ARAN, apesar de as empresas estarem a comprar e a renovar frotas, o cliente particular não está a comprar novo. “O preço dos combustíveis que se mantém elevado, as taxas de juro ainda altas e alguma indecisão face à tecnologia subjacente aos veículos elétricos está a roubar espaço de manobra aos investimentos das famílias”.

Este contexto está, no entanto, a fazer crescer as vendas de veículos importados o que, na opinião de Rodrigo Ferreira da Silva, está a colocar no mercado carros mais antigos e mais poluentes, e a impedir a renovação que o parque automóvel nacional tanto necessita.

Passo a passo, a venda de veículos 100% elétricos e híbridos tem estado a ganhar espaço no mercado nacional, apesar de estar longe das metas definidas para 2030 (chegar aos 35% de penetração na frota de veículos ligeiros).

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Poderá consultar os artigos na íntegra nos seguintes links: Portugal regista uma patente europeia por dia na área automóvel (motor24.pt) e Indústria portuguesa de componentes automóveis regista uma patente por dia na Europa (dinheirovivo.pt)