A APDCA e a ARAN pediram hoje, no parlamento, uma maior regulação da venda de automóveis usados em Portugal, para enfrentar o comércio informal entre particulares, sugerindo alguma forma de certificação ou de limitação.
"Há uma crescente informalidade, diria eu, no comércio e venda de veículos usados, sobretudo, e que vai desaguar em problemas que têm exatamente a ver com as garantias dos automóveis. O que vemos hoje é uma quantidade de indivíduos falsos particulares a vender e comprar muitos carros, e que de facto não dão nenhum tipo de garantia a quem compra este veículo", referiu o presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), Rodrigo Ferreira da Silva, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
O responsável diz que não tem números "rigorosos", mas a associação estima que "cerca de 20% das vendas dos automóveis em Portugal são, de facto, veículos que são vendidos por falsos particulares".
Nesse sentido, Rodrigo Ferreira da Silva resgatou uma proposta que a associação apresentou em 2021 para um registo profissional de revendedores de automóveis.
(...)
As duas associações mostraram-se preocupadas com a possibilidade de proliferação destes 'falsos particulares' em plataformas de compra e venda 'online'.
"Muitos destes falsos particulares comerciantes encapotados têm basicamente um telemóvel e um anúncio", disse o presidente da ARAN, que afirmou que tem havido "alguma pressão junto destes sites que põem carros à venda na internet".
"Hoje são esses grandes stands virtuais que existem, entre aspas, e de facto aí também pedimos que eles sejam mais exigentes com o tipo de anúncio e que façam aí uma seleção bastante rigorosa", afirmou o presidente da ARAN.
Para contornar estes tipos de comércio paralelo não registado, Rodrigo Ferreira da Silva considera que a solução não passa por proibir a venda por particulares -- conforme sugerido pelo Chega durante a audição --, mas sim um limite de até três carros na família.
"Quando vemos acima disso, há ali uma atividade que está a ser exercida -- e tem todo o direito de exercê-la, mas no seu enquadramento próprio e legal e constitui uma sociedade ou uma unipessoal, o que for, e está no negócio com as mesmas concorrências.
As duas associações mostraram-se descontentes com o tipo de garantia em vigor durante o comércio de carros usados por comerciantes.
Poderá consultar o artigo na íntegra no seguinte link: Comerciantes automóveis pedem regulação na venda por particulares (noticiasaominuto.com)