Na audição realizada hoje na Assembleia da República com a Comissão de Orçamento e Finanças, a ARAN (Assoc. Nacional do Ramo Automóvel) apresentou um conjunto de medidas para recuperação do setor automóvel fortemente penalizado pela atual conjuntura, depois de ter resistido de forma heroica durante a quarentena, não cessando atividade.
“A ARAN esteve na Assembleia da República graças ao trabalho que tem vindo a desenvolver desde março. Nessa altura, negociou o protocolo sanitário para o setor. Finalizada a quarentena, a ARAN apresentou ao Primeiro-Ministro cinco medidas para a retoma do setor automóvel e, em setembro, expôs as dificuldades do setor e a urgência da implementação de medidas ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais”, afirmou Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da Associação.
“Os planos de celebração dos 80 anos da ARAN planeados para o início do ano foram cancelados, pois tornou-se evidente que, no atual enquadramento, era prioritário lutar pela recuperação do setor e defender junto do Governo a urgência da implementação de medidas para apoiar o setor.” acrescentou o mesmo responsável.
A ARAN contestou a proposta de Orçamento de Estado (OE) por este esquecer e não apoiar o setor automóvel, dado que o Orçamento de Estado apenas aumentará o fosso fiscal, acentuando as diferenças e favorecendo a economia de outros países em detrimento da nacional. A ARAN manifestou-se desiludida pelo Orçamento de Estado estimular a importação de carros usados, defendendo, por sua vez, a criação do registo profissional de comerciantes de veículos para combater a evasão fiscal e a concorrência desleal. Uma medida importante num momento em que deveria ser estimulada a retoma de um setor que representa cerca de 20% das receitas fiscais do Estado, 19% do PIB português e que emprega cerca de 200 mil pessoas.
A par, a ARAN defendeu ainda que todas as viaturas devem ter redução de ISV, um estímulo à procura, com 50% de apoio até o limite 2500€, nos carros de gama pequena e média e utilitários. A ARAN ressalva que esta é uma medida necessária para estimular consumo e a renovar o parque automóvel, muito pouco amigo do ambiente, ajudar as empresas a transformar a mercadoria em liquidez.