No passado dia 26 de setembro, o CECRA – Conselho Europeu do Comércio e Reparação Automóvel, em conjunto com a associação belga TRAXIO, realizou a sua conferência em Bruxelas. A ARAN voltou a estar presente através da presença do seu Presidente da Direção Rodrigo Ferreira da Silva.
O evento atraiu mais de 200 participantes, incluindo distribuidores de automóveis, reparadores de automóveis de passageiros e camiões, e representantes de associações nacionais e internacionais relacionadas com a indústria automóvel, e que defendem os seus interesses.
A conferência começou com uma sessão sobre o Pacto Ecológico Europeu, onde a FuelsEurope, a BEUC – Organização Europeia de Consumidores, a Charge-up e a HydrogenEurope enfatizaram a importância de se manter o princípio da União Europeia no que toca à diversidade tecnológica no setor automóvel. Enquanto a transição para veículos com emissão 0 é essencial para se alcançar os objetivos climáticos, é necessário existir uma política que vise suportar esta mudança.
A permissão da utilização de tecnologias de baixa emissão não só irá promover a inovação, como também dará, aos operadores, diversas opções para a redução efetiva das emissões de maneira acessível e fazível.
Ainda nesta sessão, o papel vital da reparação das baterias, no futuro da indústria, foi destacado. Esta competência irá impactar a longevidade, a sustentabilidade e o valor residual de carros usados.
Tópicos como o remarketing e o pós-venda, com foco no aumento de veículos com bateria elétrica (BEVs) e na transformação digital do setor dos veículos usados, foram discutidos na 2ª sessão. Dado que os automóveis usados são comercializados internacionalmente, os oradores defendem a criação de uma legislação onde a leitura das milhas se torne mandatória, de modo a se combater a fraude do odómetro.
O acesso aos dados dos veículos foi, também, tratado nesta mesma sessão. Este é importante para preservar a competição, estimular a inovação e salvaguardar a escolha do consumidor.
Na 3ª, e última, sessão foi explorado o futuro modelo de distribuição. Vários representantes de revendedores franchisados expuseram os desafios pelos quais passam e questionaram a viabilidade do modelo de agência enquanto um modelo de negócio a longo prazo. Apresentações feitas pela ICDP e KPMG destacaram as crescentes estratégias de distribuição entre fabricantes e o impacto das marcas chinesas no panorama do comércio europeu.
A conferência mostrou-se como sendo significativa na formação do diálogo em torno da reparação e do comércio automóvel na Europa, revelando-se como o local ideal para o desenvolvimento de colaborações entre os stakeholders presentes, com vista a navegar os desafios e as oportunidades do futuro.
