O presidente da Aran, Rodrigo Ferreira da Silva, salienta que "um terço dos custos" no setor dos pronto-socorro corresponde a combustíveis e que, por isso, "há algumas especificidades desta atividade que merecem uma atenção especial".
Associação Nacional do Ramo Automóvel (Aran) considera que a extensão aos veículos de pronto-socorro do apoio criado para atenuar o preço dos combustíveis "é um início", mas defende que as "especificidades" da atividade merecem "uma atenção especial".
"Estamos a falar de veículos que têm um consumo médio muito superior a um veículo de passageiros. Estes apoios englobam os táxis, os TVDE e por aí fora, e um pronto-socorro, no mínimo, gasta 16 litros aos 100 e, muitas vezes, está a trabalhar parado, a rebocar o carro, mas também está a consumir combustível", afirmou o presidente da Aran em declarações à agência Lusa.
Salientando que "um terço dos custos" no setor dos pronto-socorro corresponde a combustíveis, Rodrigo Ferreira da Silva considera, por isso, que "há algumas especificidades desta atividade que merecem uma atenção especial".
"O Governo tem sido sensível e temos feito um bom progresso. Agora, achamos que estamos no início e que é um primeiro passo, mas não será, com certeza, o resultado desejado nem o resultado final", sustentou.
"É uma ajuda, que é melhor do que nenhuma ajuda, e é bem-vinda. Mas não podemos estar satisfeitos, a situação tem de continuar a ser acompanhada", acrescentou.
Relativamente à paralisação nacional, por tempo indeterminado, iniciada na quarta-feira pelas empresas de pronto-socorro para alertar para a situação "insustentável" que vivem devido ao aumento de custos, o presidente da Aran referiu que se sentiu "de forma mais intensa na região do Algarve, onde a adesão foi entre 90% a 100%, e no Alentejo".
"Mas agora já estão a começar a trabalhar, em serviços prioritários, e estão a regressar faseadamente à normalidade", disse.
O apoio para o setor dos transportes criado para atenuar o preço dos combustíveis vai abranger os veículos pronto-socorro que utilizem combustíveis fósseis, define o diploma que cria a medida, esta sexta-feira publicado em Diário da República.
Em causa está o apoio anunciado pelo Governo com vista à mitigação dos efeitos da escalada de preços do combustível no setor dos transportes de mercadorias por conta de outrem e transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TVDE).
"É criado um apoio extraordinário e excecional com vista à mitigação dos efeitos da escalada de preços do combustível e do AdBlue no setor dos transportes de mercadorias por conta de outrem", estabelece o diploma que entra em vigor no sábado e que produz efeitos a 18 de março.
De acordo com o decreto-lei, o apoio "é conferido a operadores de veículos que utilizem combustíveis fósseis, que comprovadamente tenham a inspeção periódica obrigatória válida e que estejam licenciados pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT)" tendo como referência "o período entre 01 de janeiro de 2022 e 31 de março de 2022".
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